11/03/2013

A nova era do Campolina, entidade representativa do marchador inicia 2013 de olho em novos criadores

Criado por Cassiano Campolina na região de Entre Rios de Minas/MG, no século XIX, o Cavalo Campolina possui rara beleza, imponência e expressiva nobreza, além de ser considerado um respeitado marchador por quem é apaixonado por cavalos de sela. Com a criação antes restrita a Minas Gerais, onde ainda estão 55% dos selecionadores, a raça busca novos mercados, como já pode ser visto no Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Bahia, que também se renderam às qualidades desse incrível animal.

E para popularizar o animal nacionalmente, a Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos da Raça Campolina (ABCCCampolina) prepara um série de inovações, que já foram presenciadas na III Exposição Brasileira do Cavalo Campolina, evento itinerante que ocorreu em Recife (PE), entre os dias 6 e 10 de março. O primeiro grande evento do Campolina marcou a mudança no regulamento das exposições ranqueadas. O júri passa a ser formado por uma comissão de seis juízes, sendo três responsáveis por avaliar morfologia e conformação e o restante pela marcha e andamento.

Outras novidades são o voto individual através de painéis eletrônicos instalados nas pistas de julgamento e a transmissão dos leilões da exposição pelo Canal Terraviva. Mas esta é apenas uma pequena degustação do que está por vir. Uma grande aposta da associação está nas provas multirraciais, mais conhecidas como poeirões. São eventos que ocorrem em várias regiões do Brasil e reúnem grande público, podendo apresentar diferentes formatos. Em Viçosa (MG), por exemplo, existem provas separadas por raças e ao final os campeões, tanto machos quanto fêmeas, disputam pódio entre si. Já em São Paulo, a regra é o tipo de marcha, que pode ser batida ou picada. Nesta modalidade, burros e mulas também podem participar.

"Estudamos a possibilidade de participar em dez competições do gênero, em todo o País. Além da premiação concedida pelos promotores, os cinco melhores colocados que estiverem montados em um Campolina, avaliado por um técnico da associação, receberão um troféu e prêmios em dinheiro da ABCCCampolina”, explica Carlos Vilhena Vieira, presidente do Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da associação, estimando a distribuição de R$ 100 mil em prêmios.

Refazendo o caminho do ouro:

Outro projeto audacioso que ganha força na ABCCCampolina é a promoção de uma cavalgada em toda extensão da Estrada Real, construída no século XVII pela Coroa Portuguesa, ainda na época do Brasil-Colônia. Era por este caminho que os bandeirantes transportam ouro e pedras preciosas até o porto de Paraty, onde eram embarcadas para Portugal. Com pouco mais de 1,6 mil km, a Estrada Real tornou-se um dos principais redutos turísticos do Brasil. A "cavalgada imperial" deve ocorrer somente no próximo ano, mas a associação já está escolhendo uma família de criadores de Campolina para fazer o trajeto.

A ideia é demonstrar que além de cômodo, o Campolina é também resistente, que aguenta longas cavalgadas. Pontos turísticos serão apresentados e haverá paradas nas cidades que concentram clubes de criadores da raça. "Por anos, o Campolina manteve-se regionalizado e, como consequência, hoje, temos o número de pequenos criadores e usuários proporcional ao de selecionadores, quando, na verdade, este último deveria ser o dobro. Existe um grande mercado a ser explorado", conclui Luiz Roberto. Por este motivo, a entidade vem promovendo, desde o começo do ano, uma série de reuniões em busca de soluções imediatas para o fomento do Cavalo Campolina.
 

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